Comemoram-se hoje
124 anos sobre a inauguração da Praça de Toiros do Campo Pequeno, a “catedral
mundial do toureio a cavalo”, verdadeiro “ex-libris” da tauromaquia portuguesa,
ponto de encontro entre a história, a cultura e a tradição. Pela arena do Campo
Pequeno passaram as maiores figuras da tauromaquia mundial, tanto no que
respeita ao toureio a cavalo como ao toureio a pé e aos grupos de forcados, tal
como no referente a ganadarias.
O Campo Pequeno
afirma-se na actualidade, para além da tauromaquia, como palco das mais
diversas manifestações artísticas, culturais e politicas, factos só possíveis
depois das obras de restauro e requalificação que tiveram lugar entre 2000 e
2006.
Sendo uma das mais
importantes salas de visita de Lisboa, o Campo Pequeno foi também testemunha e
“interveniente” em grandes acontecimentos políticos do século XX, entre os
quais uma mudança de regime (da Monarquia para a República, em 1910) e de
diversos golpes de estado ocorridos depois da implantação da República.
O edifício, cujo
projecto é da autoria do Arquitecto António José Dias da Silva, constitui uma
das principais construções em estilo néo-árabe existentes em Portugal. A monumental
praça, de forma circular e dotada de janelas de arcos de ferradura e ameias,
tem quatro torreões orientados segundo os quatro pontos cardeais e que são
encimados por cúpulas em forma de bolbo. A superfície do edifício é
integralmente revestida com meio milhão de tijolos vermelhos, dando-lhe uma
aparência típica da arquitectura ibérica. A escolha deste estilo arquitectónico
deveu-se à crença corrente no século XIX de que as corridas de toiros teriam
uma origem árabe, o que não corresponde à realidade.
A praça de toiros
do Campo Pequeno é propriedade da Casa Pia de Lisboa, entidade que, por força
da publicação da Carta de Lei de 21 de Agosto de 1837 (Reinado de D.ª Maria II)
detém o exclusivo das touradas pagas, ou seja, aquelas que são organizadas com
fins comerciais. Por esta razão, nos dias de hoje, o Campo Pequeno contribui
com 700 mil euros anuais para esta instituição social, sendo uma das suas
principais fontes de financiamento.
Recordemos os nomes
daqueles que integraram o cartel inaugural do Campo Pequeno, a 18 de Agosto de
1892: Cavaleiros: Alfredo Tinoco e Fernando de Oliveira. Bandarilheiros:
Vicente Roberto, Roberto da Fonseca, José Peixinho, João Calabaça, João Roberto
e os seus colegas espanhóis Felipe Aragón “Minuto” e “Pescadero”. Toiros de
Infante da Câmara e um grupo de forcados.
Não é costume mas hoje (31/10) resolvi dar uma volta pela net. Isso fez-me reparar em blogs que nunca leio. E...lá estavam eles. Os anti-taurinos. Sem imaginação, repetitivos e,como habitualmente, com as suas estafadas atitudes lamechas. Expressando-se de forma agressiva e provocante, tomando como base o sofrimento que o toiro sofre numa tourada, procuram demonstrar e convencer-nos dos seus bons sentimentos e sensibilidade. Todavia, como já escrevi anteriormente, considero injusto e condenável, que esses bons sentimentos não se manifestem, ajudando aqueles (e, infelizmente, ainda são muitos), que vejo a dormir às portas da Estação de Sta. Apolónia. O contra é que, moralmente, não devem fazer manifestações desse gesto. Dar nas vistas. Isso só se consegue à porta das praças. Carlos Patrício Álvares ( Chaubet)
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